Discurso de saudação ao acadêmico Adebaldo Feitosa de Sousa Junior

05/08/2017

Senhor Lucas Lamonier Silva Santos, Presidente da Academia Gloriense de Letras, em cujo nome saúdo a todos que compõem o dispositivo.

Senhores confrades e Senhoras confreiras da AGL e demais coirmãs.

Amigos, parentes, autoridades e comunidade gloriense, boa noite!

Hoje é dia.

Dia de alegria!

Vamos festejar!

Comemorar!

A AGL se alegra nesta noite sublime

Por receber,

ILUSTRES!

Filhos da Boca da Mata

Da Capital do Sertão

Da terra do ouro branco

Da terra do pé rachado

Filhos do meu sertão!!

A Academia Gloriense de Letras, na noite de hoje, 05 de agosto de 2017, está em festa por receber neoacadêmicos que irão fortalecer e abrilhantar mais a sua árvore acadêmica. Aliás, que já abrilhantam com suas ações em prol da arte e cultura do município de Nossa Senhora da Glória com seus ensinamentos pessoais e profissionais.

Sejam bem-vindos, em especial o neoacadêmico Adebaldo Feitosa de Sousa Júnior.

Quando recebi a ligação do Senhor Presidente Lucas Lamonier com a designação para recepcionar o confrade Adebaldo aconteceu, uma dualidade de sentimentos: alegria e medo. A alegria em proferir o discurso para recepcionar um amigo, recordar os momentos de conversas no trabalho e em viagens. E o medo por questionar se faria à altura que ele merece da nossa AGL.

Os anos se passam e com eles vêm as boas surpresas e notícias. Há aproximadamente um ano estava eu proferindo o discurso de posse para compor essa academia e ocupar a cadeira de número 17, cujo patrono é Santo Souza.

Hoje, pronuncio o discurso para recepcionar um amigo e hoje confrade Adebaldo Feitosa de Sousa Júnior. Esse contador de histórias nasceu no dia 12 de novembro de 1983 na Capital do Sertão e do Ouro Branco, Nossa Senhora da Glória, Sergipe. Filho de Adebaldo Feitosa de Sousa e Maria Adgenil de Santana Sousa, desde cedo recebeu dos pais o incentivo à educação estudantil.

Desde criança, já tinha paixão pela leitura, como por exemplo, histórias em quadrinhos. O seu poder de observação e a transposição para o papel, acredito que venha a se assemelhar ao seu texto. Na verdade, lendo "O menino, o barbeiro, o pássaro e a gaiola" publicado na Antologia do Encontro Gloriense de Escritores - Um Sertão de escritores, uma glória de leitores! (2014), pode-se fazer uma alusão ao garoto da história com o neoacadêmico que narra "Era uma vez, um menino que sempre ia cortar o cabelo na mesma barbearia. Os mesmos rostos, as mesmas vozes, as mesmas conversas. O barbeiro puxava o assunto e o pessoal que estava no aguardo da sua vez de aparar as madeixas continuava, acrescentando casos que mudavam o rumo da prosa. (...). E o menino ali, ouvindo tudo. Sempre em silêncio. Às vezes, soltava até uma risadinha tímida de algum comentário espirituoso de um dos presentes".

Lendo sua história, me vem ao pensamento que esse garoto era Adebaldo Júnior, que se embelezava com os cantos dos pássaros na barbearia. Cantos esses de canários, cabeças-vermelhas, periquitos, viuvinhos e tantas outras espécies.

Mesmo assim, com tanta cantoria que embelezava e deixava alegre o ambiente, o menino se "sentia" triste, pois os pássaros estavam engaiolados. Esse mesmo menino inicia sua formação escolar no antigo Pré-Escolar Professora Evangelina Azevedo, atualmente com a nova identidade, conhecida como Escola Estadual Evangelina Azevedo.

Entre os anos de 1991 a 1992, cursou os primeiros anos ginasiais na Escola de Primeiro Grau Cícero Bezerra, atualmente conhecida como Colégio Estadual Cícero Bezerra.

Em 1993, mudou-se para Aracaju, juntamente com sua família, onde concluiu o Ensino fundamental e iniciou o Ensino Médio. Começou nesse período, a rabiscar as suas primeiras tentativas na escrita, encorajado e baseado na sua imaginação fértil e pelos sentimentos de adolescente. Produzindo seus primeiros contos, já marcados pela fantasia e suspense, elencando assim, características de seus textos atuais. Além de poemas e algumas letras musicais.

Alguns anos depois, o menino se torna homem, mas ainda não se esquece dos pássaros do barbeiro nem das leituras e desenhos de ainda quando jovem.

No ano de 2002, ingressa no curso de licenciatura Plena em História, concluindo o mesmo em 2006.

Nos meados de 2009, retorna a sua cidade materna como professor contratado para o colégio que cursou as suas séries iniciais do ensino fundamental, Colégio Estadual Cícero Bezerra. Além de laborar suas atividades docentes na rede particular de ensino, o Colégio Educar.

Já em 2012, ingressa como professor estatutário na rede municipal e estadual, também em Nossa Senhora da Glória. O bom filho à casa retorna, como na passagem bíblica. Para então, contar a história, a sua história, a nossa!

Lembro que em 2015 quando começa a transformação da ideia do Projeto da Antologia Gloriense, Adebaldo, para o real e o concreto, por meu intermédio, recebeu o convite para participar do mesma com seus textos. Ele publica o "Apagão" e "O menino, o Barbeiro, o pássaro e a gaiola".

No texto o "Apagão", o confrade cita "O dia vai findando, e o homem ocupado vai chegando em casa". Então, aproveitando essa passagem, que o dia acabou e a noite chegou, chegue a essa casa, nossa casa, nossa Academia Gloriense de Letras. E que essa estadia perdure por muitos e longos anos.

Que sua chegada seja regada como "O Abraço", texto publicado na Antologia do Encontro Gloriense de Escritores e Leitores (EGEL/2015) em que o homem, ao adentrar sua casa, encontra sua amada esposa e zelosa, para que no acalento do abraço suas preocupações e anseios sejam esquecidos no mundo das letras. É nesse momento que viajamos pelo mundo fictício ou real.

Ou como no "Apagão", em que os dois amigos se encontram e na sua última conversação, em que um responde ao outro "Nem em uma coisa, nem outra, meu caro. - o homem lhe pôs uma mão no ombro, sorrindo. - Aquilo, meu amigo, são estrelas...". Cheguem, neoacadêmicos, componham juntem-se a essa constelação e vamos compor vinte e uma estrelas.

Tome sua cadeira, confrade Adebaldo, zele por ela, eleve o nome do seu Patrono Joaquim Prata Souza e leve-os aonde for. Agora você nos representa. Agora é membro efetivo da Academia Gloriense de Letras.

Obrigado!