AGL prestigia o lançamento da Cordelteca Alda Cruz
Cordelteca Alda Cruz foi inaugurada com acervo de 456 folhetos
A cordelteca foi inaugurada quarta-feira (11) e é uma das ações do projeto "Representação da Mulher no Cordel"
Na última quarta-feira, 11, foi inaugurada a Cordelteca Alda Cruz, no Centro de Excelência Manoel Messias Feitosa, espaço dedicado às produções histórico-culturais em formato de cordel, de autoria feminina. O lançamento aconteceu no pátio da escola e faz parte das ações do projeto "Representação da Mulher no Cordel". A cordelteca homenageia a atual decana do cordel sergipano.
O lançamento da cordelteca contou com roda de poesia, ciranda e discussões sobre a mulher no cordel e o cordel nas escolas sergipanas. As cordelistas Daniela Bento e Alaíde Souza marcaram presença no evento. Além disso, a Sra. Carla Patrícia Xavier, Diretora Técnica da Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação Tecnológica de Sergipe (FAPITEC), a Sra. Stefani Romano Dias, Coordenadora do PROCIT/FAPITEC, a Sra. Kátia Azevedo, Jornalista, e os membros da Academia Gloriense de Letras, Lucas Lamonier, Kelber Rodrigues e Tereza Nascimento prestigiaram o evento.
Os membros do projeto "Representação da Mulher no Cordel" destacaram que a cordelteca disponibilizará a literatura de cordel não apenas para apreciação desse gênero, mas também para o cumprimento do Programa "Literatura de Cordel nas Escolas", estabelecido pela Lei N°. 8.533 de 22 de maio de 2019, que tem como um dos objetivos "contribuir para o conhecimento da comunidade escolar acerca da cultura popular brasileira".
"Representação da Mulher no Cordel"
O projeto foi apresentado à FAPITEC por meio do EDITAL FAPITEC/SE/SEDUC/SE N° 02/2022 – Projetos na Escola e tem como objetivo investigar a representação da mulher nos folhetos de cordel, tanto escritos por autores masculinos quanto por autoras femininas. Sob orientação do professor Jorge Henrique Vieira Santos e coorientação da professora Isis Gabrielle Silva da Penha, o projeto é desenvolvido pelas bolsistas Emilly Vitória Silva Canuto Santos, Giullia Meneses Brito Dantas e Maria Luiza Silva Santos.
Os resultados do projeto foram apresentados para a comunidade escolar, com o intuito de sensibilizá-la para a opressão sofrida pelas mulheres e promover mudanças de perspectivas e posturas. Os resultados também serão apresentados em feiras científicas de Sergipe. Algumas ações de popularização dos estudos realizados estão em desenvolvimento, como por exemplo os seminários promovidos para o corpo docente e discente do Centro de Excelência Manoel Messias Feitosa, com participação das cordelistas/palestrantes Isis da penha, Emilly Barreto e Daniela Bento. A cordelteca é mais uma das ações deste projeto.
Alda Santos Cruz
Alda Cruz é mãe, bisavó e tataravó. Filha de Octávio Francisco dos Santos e Maria Olinda Santos, Alda nasceu em Aracaju/SE, em 15 de novembro de 1929. Aposentou-se como escriturária do Instituto de aposentadoria e Pensão dos Industriários (IAPI), da cidade de São Cristóvão, mas foi, antes disso, professora na cidade de Pedrinhas. É acadêmica fundadora da Academia Sergipana de Cordel – ASC, ocupando a cadeira de n.° 09.
Abaixo, trecho da biografia de Alda Cruz, de autoria dela:
"Depois de aposentada
Já na Receita Federal
Vez por outra eu escrevia
Relembrando o quintal
A sala de aula, o aluno
E o cordel sempre incluso
Acrescentando meu astral.
A partir de 2003
Procurei o baú
Aqueles antigos cordéis
Escrito um a um
Alguns estavam empoeirados
Outros estavam manchados
E numerados, nenhum.
Resolvi enumerá-los
Aproveitar o que sobrou
Mas não sobrou quase nada
Pois o tempo os amarelou
Mas ficou na lembrança
Foi tudo o que ficou."
Isis Gabrielle Silva da Penha e
Jorge Henrique Vieira Santos